Valor: meu ou dos outros?

Ontem fiquei pensando depois de conversar com minha irmã Eda. Valor é uma coisa que a gente tem, ou que os outros dão a gente?

Um exemplo: trabalho. A menos que você tenha ganhado a loteria, você passa 50% ou mais do seu tempo acordado em algum escritório, consultório, ou coisa parecida. Se você tem sorte, o seu trabalho te dá mais do que o contra-cheque no final do mês. De repente é um colega que te ensina coisas novas, ou o melhor amigo que é muito engraçado e faz o tempo passar rápido, ou o chefe que te inspira a fazer melhor. Se você não tem tanta sorte, provavelmente chega em casa de saco cheio de ter passado tanto tempo num lugar tão chato.

É aí que a gente começa a se perguntar se não há nada melhor para fazer. Dar o zignal no trampo e viajar pelo mundo; fazer um curso para aprender coisas novas; procurar emprego novo naquele lugar que você sempre sonhou. São semanas - às vezes meses - que a gente leva pra tomar a decisão de pedir as contas. Aí seu chefe diz: "vai sair? ok." e de repente todos os seus sonhos meio que desaparecem momentariamente. Como assim, ok? Eu sou substituível? Todo o tempo e esforço que dediquei não serviram de nada? Amanhã chega o novato e ninguém nem lembra tudo o que eu fiz aqui... eu sou um zero à esquerda.

É piração, mas acontece nas melhores famílias. O valor está com a gente, não com o chefe. Foi a gente que deu a raça no trampo enquanto foi bom, e que teve a coragem de continuar a batalhar por um caminho melhor quando deixou de ser bom. O valor está aí.

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